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Organismos marinhos absorvem bilhões de microplásticos em poucas horas

Não é novidade que os microplásticos dominaram o mundo: essas partículas microscópicas estão na água que bebemos, no sal de cozinha, dentro dos animais e, provavelmente, de você. A ciência agora busca entender o comportamento destes plásticos minúsculos dentro de organismos marinhos.

Iguaria gastronômica, a vieira foi escolhida para fazer o papel de cobaia. Encontrado em vários oceanos e em abundância na América do Norte, norte da Europa e Japão, o Pecten maximus se alimenta filtrando os plânctons presentes na água do mar.

Pesquisadores da Universidade de Plymouth, no Reino Unido, testaram como o que acontece com o molusco em um ambiente contaminado por microplástico. “Para este experimento, precisávamos desenvolver uma abordagem científica inteiramente nova”, contou Maya Al Sid Cheikh, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Plymouth, que liderou o estudo.

“Fizemos nanopartículas de plástico em nossos laboratórios e incorporamos um rótulo para que pudéssemos acompanhar as partículas no corpo da vieira em concentrações ambientalmente relevante.”

Os resultados do estudo mostram pela primeira vez que as nanopartículas podem ser rapidamente absorvidas por um organismo marinho, e que em poucas horas elas se distribuem pela maioria dos órgãos principais dele.

Após seis horas de exposição no laboratório, bilhões de partículas medindo 250 nano milímetros (em torno de 0,00025 milímetros) se acumularam dentro dos intestinos da vieira. No entanto, partículas consideravelmente menores, mesmo com 20 nano milímetros (0,00002 mm), se dispersaram por todo seu corpo, incluindo os rins, brânquias e músculos.
Entender a dinâmica da absorção e liberação de nanopartículas, bem como sua distribuição nos tecidos do corpo, é essencial para entendermos qualquer efeito potencial sobre os organismos.

“Nós só expusemos as vieiras às nanopartículas por algumas horas e, apesar delas serem transferidas para condições limpas, vestígios ainda estavam presentes várias semanas depois”, disse o professor Richard Thompson, chefe da Unidade Internacional de Pesquisa de Lixo Marinho da universidade.

Os vestígios das partículas de 20nm não eram mais detectáveis ​​após 14 dias, enquanto as partículas de 250nm demoraram 48 dias para desaparecer.

“Entender se as partículas de plástico são absorvidas através das membranas biológicas e se se acumulam dentro dos órgãos internos é fundamental para avaliarmos o risco que essas partículas representam para o organismo e para a saúde humana”, finalizou Ted Henry, professor de Toxicologia Ambiental na Universidade Heriot-Watt, que também participou da pesquisa.

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